Em meio a desaceleração industrial, Brasil e Índia buscam estimular comércio

Após participar da Quarta Cúpula dos Brics, esta semana, em Nova Déli, a presidente Dilma Rousseff encerra a viagem à Índia com uma série de encontros com líderes políticos e empresários indianos, que tem entre os principais objetivos a ampliação e diversificação das relações comerciais entre os dois países.



Em 2011, o comércio bilateral entre Brasil e Índia chegou a US$ 9,2 bilhões, pouco abaixo da meta de US$ 10 bilhões, um desempenho considerado bom pelo governo devido aos efeitos da crise financeira internacional.
Uma nova meta deve agora ser definida em US$ 15 bilhões até 2015.
Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Índia são minério de ferro, soja, açúcar e carne de frango. O Brasil tem comprado da Índia óleos derivados de petróleo, ceras minerais e produtos químicos orgânicos.
"O comércio (entre Brasil e Índia) merece grande estímulo. Menos de US$ 10 bilhões é (um volume) muito pequeno, principalmente se considerarmos as dimensões e o dinamismo das economias dos dois países", disse a subsecretária-geral de Política do Ministério de Relações Exteriores, embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis.
Enquanto a economia brasileira cresceu 2,7% em 2011, o PIB da Índia deve apresentar um crescimento de 6,9% no ano fiscal que termina em março de 2012, segundo previsões do governo indiano.
Apesar de ser um dos destaques do crescimento global nos últimos anos, a economia da Índia passa por um momento difícil, com forte desaceleração da produção industrial no último semestre de 2011 e um índice de inflação alto.
A situação da indústria é parecida no Brasil: em janeiro, o setor recuou 2,1%, acumulando retração de 0,2% em 12 meses, afetado pela desaceleração econômica e pela concorrência de produtos importados.

'Alterar governança'

Além do comércio bilateral, a visita de Dilma Rousseff serviu para tratar temas que são caros aos países emergentes, como a reivindicação por um maior poder de decisão em órgãos internacionais.
Em discurso em Nova Déli, Dilma mencionou a luta "para alterar a governança dos organismos multilaterais de crédito, como o FMI e o Banco Mundial" e "para reformar as Nações Unidas, com um Conselho de Segurança ampliado, que ofereça importante contribuição para o sistema internacional, hoje carente de legtitimidade e de eficácia".
"Compartilhamos juntamente com África do Sul, Brasil e Índia a construção do IBAS (grupo que reúne Brasil, Índia e África do Sul), que desenvolve a coordenação política e a coordenação econômica entre grandes democracias dos três continentes", prosseguiu a presidente.
Dilma mencionou também o desenvolvimento sustentável e a realização da conferência Rio+20, em junho, elogiando a participação do premiê indiano, Manmohan Singh, que deve ir ao evento.

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