A mão invisível de Pinochet

Muito já se falou sobre a ditadura de Pinochet, mas um retrato do Chile contemporâneo, ainda fortemente ligado a seu passado autoritário, pode ser mais difícil de encontrar. É exatamente isso que traz o filme A dançarina e o ladrão.


A história se passa no início dos anos 2000, quando a superlotação das prisões chilenas obrigou o governo a conceder uma anistia a presos sem delitos de sangue. Com isso, Nicolás Vergara Grey, um famoso assaltante de caixas-fortes, e Ángel, um jovem ladrão, ganham a liberdade. As histórias de ambos se cruzam graças a um plano ambicioso: assaltar o cofre de um ex-comandante de Pinochet que durante anos havia desviado dinheiro público. É nesse ponto que Victoria Ponce, uma bailarina cujos pais foram assassinados por agentes da ditadura, entra em cena. Ángel se apaixona por ela e faz de tudo para fazer a carreira da jovem emplacar.

Por trás de toda essa trama está a presença “invisível” da herança ditatorial, seja no autoritarismo do diretor da prisão que abusa sexualmente de Ángel, seja na impunidade do ex-militar corrupto que a dupla de ladrões pretende assaltar. Mostras de que o Chile “democratizado” ainda tem contas a acertar com seu passado de repressão.


Fonte: História Viva

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