Filmes – Um grito de liberdade
Prof. André Araújo
Redação d'O Historiante
Indicado
nas categorias de melhor ator coadjuvante (Denzel Washington), melhor canção original
(Cry Freedom) e melhor trilha sonora original, o
filme Um Grito de Liberdade rememora a luta contra o regime do Apartheid e o
cotidiano de luta pela vida a qual estavam submetidos os sul-africanos. Ao invés de trazer à cena novamente a figura do Mandela, importante líder anti-apartheid,
traz a luz o carismático e perspicaz ativista político Stephen Bantu Biko, conhecido
no Brasil como Steve Biko, interpretado por Denzel Washington. Steve Biko estudou
medicina, mas o seu legado para os sul-africanos foi na luta pela recuperação
da auto-estima do seu povo. Ele acreditava que a independência para os
sul-africanos somente viria por duas vias: libertação física e psicológica. Uma
de suas mais famosas frases que ilustram seu pensamento e o foco de sua luta é:
“A arma mais potente na mão do opressor é
a mente do oprimido”.
A trama do
filme mostra a relação de Biko com o repórter Donald Woods, editor-chefe de um jornal sul-africano, branco
e com uma vida de classe média alta e que, apesar de ser um libertário, era
contrário a movimentos pela formação de uma consciência negra, entendendo que estes movimentos
ajudavam a aumentar o ódio racial entre ambos os lados. Após encontrar Biko,
que já era um sujeito banido (o sujeito era proibido de falar em público e se
encontrar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo ou ter suas falas anteriores
reproduzidas) o jornalista vai passar a ter outra visão das pessoas que lutaram
nesses movimentos de consciência negra. Depois de ver lado a lado cenas de violência
e fome contracenando com cenas alegres nas periferias sul-africanas, onde as
músicas típicas e o sorriso de um povo estampavam a singularidade em contraste com a situação de
vulnerabilidade daqueles que não podiam ser ouvidos, o jornalista passa de um
sujeito imparcial para um porta voz dos ideais de Biko.
As vidas de
ambos foram modificadas depois desse encontro e Woods fica incumbido da tarefa
de denunciar a brutalidade do regime do Apartheid e levar as mensagens de
libertação de Biko. Voltando-se contra o regime que o privilegiava, mesmo sem
ele ter pedido para tal, o jornalista tem sua vida completamente transformada. Seus dias de paz são ameaçados e sua vida a partir daquele encontro segue um
caminho completamente diferente do que ele poderia ter imaginado um dia. Emocionante e bastante
político o filme traz a cena um sujeito que poucos conhecem e suas idéias que residem
em entender que toda imparcialidade diante de um quadro de exploração é, nada
mais nada menos, que uma permissão para que o quadro se mantenha.
Aproveite e baixe o filme n'O Historiante. Clique aqui!
Aproveite e baixe o filme n'O Historiante. Clique aqui!
Comentários
Postar um comentário