Filmes - Arquitetura da destruição
Redação d'O Historiante
O mito da raça ariana cultuada em todo o seu potencial. O culto às formas soberanas e divinizantes da arte alemã inspirada nos clássicos greco-romanos. O elogio à honra e à coragem medievais, num misto de exultação e êxtase. Eis aí uma tentativa de definir a produção artística do IIIº Reich de Hitler na Alemanha nazista. Para o führer, a soberania dos povos germânicos estaria diretamente relacionada à superioridade, beleza e harmonia de suas pinturas, produções literárias, cinematográficas, dentre diversas outras expressões artísticas.
A arte é outro elemento utilizado como argumento de supremacia. Cohen busca mostrar um Hitler frustrado artística e intelectualmente, tratado por vezes como produtor de experiências amadorísticas no campo da pintura, decorrendo daí sua obsessão pela Antiguidade clássica. Dessa forma, sua busca incessante pela arte greco-romana, síntese, para ele, dos ideais espartanos, atenienses e romanos, fez com que tratasse esta como a expressão de uma raça superior (a arte seria uma evidência da superioridade intelectual, física e moral destes povos) e rebaixasse, por conseguinte, as artes modernas, abstratas, disformes e subjetivas, como inferiores, degeneradas, fruto de seres subalternos e medíocres.
Vemos, desta forma, a construção de um discurso estético/biológico, engajado em promover aquilo que é sadio (a arte sadia, o povo sadio), em detrimento daquilo que é degenerado, doente. Esse discurso vai promover diversos atos deploráveis, entre eles, a solução final, o Holocausto, a grande eutanásia de um povo inferior, degenerado e doente (na concepção dos nazistas): o povo judeu.
O documentário de Cohen vai conseguir absorver todos esses elementos, utilizando, sempre, de sua crítica mordaz e sarcástica sobre as manias de grandeza do führer que queria ser artista, mas que viu-se frustrado como um pintor medíocre.
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